Para diretoras de doc sobre batalha de poesia falada, slam deu voz a minorias
04 DE setembro DE 2020

Dirigido por Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva, o premiado documentário "Slam: Voz de Levante" acompanha o crescimento da cena brasileira do "slam poetry", batalhas poéticas performáticas, desde 2008. Para isso, mostra as origens da competição, nos EUA, e acompanha a campeã brasileira de 2016, Luz Ribeiro, até a Copa do Mundo, em Paris. Em um debate online, dentro da programação da BVL esta semana, Roberta e Tatiana, falaram com cerca de 70 pessoas de várias partes do Brasil que assistiram ao filme por meio de um link.
Domitila Gonzaga, de Ribeirão Preto, em São Paulo, perguntou a Roberta e Tatiana sobre o aspecto competitivo do slam e como afetou o filme não terem ganhado a Copa do Mundo em Paris.
Roberta disse que é uma questão muito subjetiva: "No slam tem isso, você quer conquistar o coração das pessoas ou ganhar? Tem gente inclusive que sai porque acha que é um ambiente muito competitivo. Hoje, mais velha, com mais de 40 anos, eu vejo como um movimento positivo, porque tem muitas comunidades que têm suas vozes ouvidas".
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Já Tatiana diz que documentário é um formato imprevisível. "O filme ganhou com o fato de elas não terem vencido. E a Roberta aproveitou muito bem os três minutos dela", disse.
Sobre essa da competição no Slam, Fabiana Souza comentou: "As pessoas são diferentes, sempre vai ter alguém que vai ser mais competitivo mesmo. Mas não acho que isso caracteriza o slam como um todo. Parece-me que é muito mais isso que a Roberta falou: é um espaço de encontros, onde as pessoas podem ser ouvidas e ouvir os demais".
Susana Franco, do Sul, perguntou se o foco do documentário era mostrar a perspectiva feminina e se transformar a sociedade com o slam é possível. Roberta disse que o feminino foi acontecendo aos poucos. "O slam era muito heterogêneo. As pessoas estavam conhecendo. O primeiro flyer que eu tenho elencavam um monte de gente. Depois, viraram os MCs, porque eles tinham tudo decorado. Depois, era negro, negro, negro. E depois, mulheres, mulheres e mulheres. Agora, tem as trans. Raça, classe e gênero. Tem que descolonizar, despatriarcalizar".
https://youtu.be/Yo5DBjMz6Nc
No fim, Tatiana Lohmann comentou que o documentário, como apontado por um outro participante, tem que circular mais por saraus, bibliotecas comunitárias, etc. "É isso aí que a gente quer mesmo", disse ela. "E por isso o filme está na Plataforma Taturana Mobilização Social. A gente já fez um trabalho forte de capilarização na época do lançamento e foram feitas muitas sessões populares e gratuitas. Agora, o filme continua disponível na plataforma."
Tatiana Lohmann é diretora, montadora e fotógrafa. Realizou curtas de ficção, documentários e séries para a MTV, TV Cultura, Nat Geo e TV Brasil. Dirigiu o documentário "Solidão & Fé" (2010) e codirigiu "Todas as Manhãs do Mundo" (2016).
Roberta Estrela D’Alva é formada em interpretação pela Escola de Comunicações e Artes da USP, e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Vencedora do prêmio Shell 2012 de melhor atriz por "Orfeu Mestiço, uma hip-hópera brasileira".
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