Livro de Aluísio Azevedo é destaque no Leitura ao Pé do Ouvido on-line
04 DE julho DE 2023O Leitura ao Pé do Ouvido apresenta Casa de Pensão, de Aluísio Azevedo. Nascido em São Luís do Maranhão (MA), em 14 de abril de 1857, Aluísio Azevedo era filho de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo. Demonstrou, desde muito jovem, grande interesse por desenho e pintura, o que o levou a mudar-se para o Rio de Janeiro em 1876, a fim de matricular-se na Imperial Academia de Belas Artes. Para manter-se na capital, desenhava caricaturas para os jornais O Fígaro, A Semana Ilustrada, O Mequetrefe, e Zig-Zag. Também rascunhava cenas de romances. "Em 1881, lança seu primeiro romance naturalista, O mulato, abordando o assunto do preconceito racial. Bem recebido na corte, apesar da temática da obra ter sido considerada escandalosa, Aluísio embarca de volta para o Rio de Janeiro, decidido a ganhar a vida como escritor. De volta à capital do Império, produz diversos folhetins, que garantiam sua sobrevivência. Nos intervalos dessas publicações, geralmente melodramáticas e românticas, dedicava-se à pesquisa e à escrita naturalista, que o consagrou como grande autor brasileiro. Foi nessa época que lançou suas principais obras, Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). "Aprovado em concurso para o cargo de cônsul em 1895, abandona a carreira literária. Reside na Espanha, no Japão, na Inglaterra, na Itália, na França, no Uruguai, no Paraguai e na Argentina, onde falece, em Buenos Aires, em 21 de janeiro de 1913." Ouça aqui o trecho que selecionamos para você!
Leitura por: Rodrigo
O livro está disponível na Biblioteca Parque Villa-Lobos.
Trecho lido:
"A família ficou pobre. Foi preciso vender o melhor de dois prédios que restavam, para saldar as dívidas do defunto.
A viúva principiou então a tomar encomendas de costura e de engomagem.
Isso, porém, não bastava; era necessário, a todo o transe, que o menino continuasse nos estudos. Em tal aperto, lembrou-se a pobre mãe de admitir hóspedes; a casa que ficou tinha bastante cômodos e prestava-se admiravelmente para a coisa.
Vieram os primeiros inquilinos; arranjaram-se fregueses para o almoço e o jantar, e o órfão prosseguiu nas suas aulas.
Dentro de pouco tempo, o sobrado da viúva de Lourenço era a mais estimada e popular casa de pensão do Rio de Janeiro.
Foi nela que Janjão se fez homem. Aí o viram bacharelar-se e aí se matriculou na Escola Central. A irmã respeitava-o como a um pai."