Ecos literários do modernismo
11 DE outubro DE 2022![](https://spleituras.org.br/galeria/crop.php?arquivo=noticias-imagem-9023-design-sem-nome-(5).png&largura=1280&altura=720)
No ano do centenário da Semana de Arte Moderna de 22, o movimento modernista brasileiro foi muito debatido e estudado. Para ampliar o olhar para novos horizontes, a professora de Literatura Portuguesa da Unifesp, Simone Nacaguma, e a poeta e editora, Carina Carvalho, trazem para oficina on-line Ecos Literários do Modernismo: Portugal e Moçambique, realizada de 7 a 28 de outubro, reflexões sobre o modernismo português e as ressonâncias do modernismo brasileiro na literatura moçambicana.
Durante os encontros serão apresentados textos de autores representativos do movimento, como Fernando Pessoa, José Régio, Lídia Jorge, Noémia de Sousa, Paulina Chiziane e Suleiman Cassamo. A primeira aula começou com a explicação da diferença entre modernidade e modernismo. “O conceito de modernidade é mais amplo e envolve um processo de transformação, como o avanço tecnológico. Já o modernismo é um fenômeno histórico localizado”, explica Simone Nacaguma.
Em Portugal, o modernismo teve início com as revistas literárias, em especial a Orpheu, lançada em 1915, por Sá Carneiro, Fernando Pessoa e Almada Negreiros. O projeto teve apenas dois números impressos, porém sua influência foi marcante para a literatura da época. Anos mais tarde, em 1927, surge a revista Presença, consolidando definitivamente a Orpheu como uma publicação modernista.
O primeiro encontro contou ainda com a participação especial do professor da Unifesp, Leonardo Galdolfi, especializado na poesia de Fernando Pessoa. “O diferencial do poeta e que virou um mote para os escritores modernistas masculinos é essa pluralidade de ‘eus’, totalmente explícita nos três heterônimos mais conhecidos de Pessoa”, destaca Galdolfi. Para ele, cada nome criado pelo poeta possui uma voz diferenciada. Alberto Caiero gostava de sentir o mundo. Já Álvaro de Campos era futurista e adorava o verso livre. Ricardo Reis era neoclássico e idolatrava o passado. Já Pessoa preferia pensar o mundo.
Na próxima aula, as professoras irão abordar a relação do modernismo com o Estado Novo e a literatura pós-colonial. Na aula 3 será discutidaa a influência da literatura brasileira na formação literária moçambicana e o último encontro focará a leitura e discussão das obras de Paulina Chiziane e Suleiman Cassamo.
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