Roda de conversa sobre Internet estimula a troca de experiências
19 DE janeiro DE 2019Os dois provocaram os participantes sobre os hábitos na rede, a relação que cada um mantém com os demais, por meio das mídias sociais etc. De acordo com Daniel, cientificamente, as pessoas tendem a destacar mais os aspectos negativos do que os positivos em suas experiências e que não é diferente quando falamos sobre a internet. O psicólogo, por exemplo, questionou quais eram as tarefas executadas antes de dormir e ao acordar e a resposta unânime de quem estava na roda de conversa foi: todos fizeram uso da tecnologia. Isso, por si só, já diz muito sobre a presença da tecnologia atualmente no cotidiano de todos. Inclusive sobre a influência desta ou daquela mensagem no nosso humor e/ou comportamento, como Daniel reforçou, entre os questionamentos.
O crescimento e a distribuição das fake news (notícias falsas), a Internet como fonte de conhecimento, a transformação das relações entre as pessoas e o alcance cada vez maior de pontos de vista sobre os mais variados assuntos também marcaram o bate-papo que, apesar de descontraído, não perdeu em profundidade. Lilian, que é estudante de pedagogia e veio do Rio Pequeno, bem perto do Parque Villa-Lobos, compartilhou uma experiência que chamou muito sua atenção e a fez pensar sobre o futuro da Internet na vida das pessoas. Lilian contou que estava em férias na praia, mas decidiu retornar mais cedo para a capital paulista porque o filho vinha se sentindo entediado, com a falta de um acesso maior à rede. Até que ponto deixamos que esse tempo na Internet cresça e "mande" em nossas vidas, transformando até mesmo aquilo que supostamente seria mais divertido (e real), por algo virtual, como um jogo no celular, tablet ou no computador, por exemplo. O questionamento de Lilian era também o de muitos, ali, no deck.
De Araçoiaba da Serra (SP), Aldenice esteve na biblioteca com a família e, ao saber da roda de conversa, fez questão de fazer parte. Ela, que trabalha na área de saúde, lembrou de uma experiência que também dividiu com os demais: um paciente precisava confirmar uma consulta e, apesar de receber uma ligação (e uma mensagem pelo celular), preferiu responder por um aplicativo, sem estabelecer contato mais pessoal com o interlocutor, como salientou Aldenice. O que isso significa?, questiona ela. Estamos nós nos distanciando e transformando essas relações interpessoais de que forma? Essas e outras perguntas seguiram ecoando durante o encontro.
A presença da equipe da BVL também chamava a atenção de quem participava da roda. Afinal, são muitos os que trabalham diariamente com os frequentadores em busca de nossos computadores e até mesmo os que comandam as aulas de informática e redes sociais para o público + 60. Assistentes de leitura, interessados no tema, participaram ativamente do compartilhamento de vivências. E enriqueceram ainda mais as conversas sobre o assunto, que abriu as portas para novas e tão necessárias reflexões.
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