Oficina desvenda gêneros textuais e incentiva criação literária
08 DE outubro DE 2020Lilian do Rocio Borba é graduada em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1992), com doutorado em Linguística, na área de Sociolinguística, pela Universidade Estadual de Campinas (2006), e estágios de pós-doutorado também pela Universidade Estadual de Campinas (2010 e 2014). Também assina pesquisa sobre os africanos e a formação do português brasileiro. E, logo na primeira aula, prestou homenagem ao criador da personagem Mafalda, Joaquín Salvador Lavado, que faleceu no início deste mês. A professora contextualizou a referência e "reverência" a Quino (como era mais conhecido), tratando das interpretações de frases da personagem emblemática e contestadora, além das escolhas do autor na configuração do desenho e das palavras.
Como primeiro exercício, a professora propôs que todos se debruçassem sobre um texto de Ricardo Ramos intitulado "Circuito fechado". Contando só com substantivos, o escritor descreve a rotina de um publicitário e Lilian instigou os alunos a decifrar cenário, tempo e interpretar as intenções do autor, com o objetivo claro de identificar as estratégias para a construção do conteúdo. A professora também tratou da aplicação dos denotativos e conotativos, da subversão das frases e do uso da ironia para imprimir sentido aos textos. As charges e os cartuns, também impregnados de estratégias narrativas, foram exemplos dados por Lilian.
As relações intertextuais, as adequações de estilo para as diferentes audiências e leitores, além da necessidade de ativação do conhecimento para a interpretação das obras constaram ainda das abordagens desta primeira aula. As referências dos mais de 30 alunos participantes da oficina fizeram parte deste primeiro encontro e, entre eles, surgiram escritores dos mais variados estilos como Mia Couto, Valter Hugo Mãe, Guimarães Rosa, Margaret Atwood, as irmãs Brontë, Edgard Alan Poe e Luisa Geisler.