Mais emprestados de junho
16 DE julho DE 20181º - A longa jornada para casa, de David Bedford.
Que barulho foi aquele que acordou Dexter? Ele vai até o lado de fora para descobrir, e acaba encontrando um gatinho perdido. Dexter leva o gatinho até a mamãe gata, mas quando o prestativo cãozinho encontra mais animais perdidos, ele se dá conta de que também está perdido! Como ele voltará para casa em meio à escuridão?
2º - Pé-de-bicho, de Márcia Leite.
Pé-de-bicho é o ponto de encontro dos bichos da floresta. Nessa grande e acolhedora árvore sempre cabe mais um! É nela onde animais de diferentes espécies se reúnem, se divertem e convivem em total harmonia. O texto acumulativo e ritmado, associado às imagens que transbordam cores e humor, desafia a curiosidade do pequeno leitor e o convida a entrar na brincadeira para descobrir quem são os bichos que chegam e que partem dos cenários. Pé-de-bicho é também uma homenagem aos habitantes nativos do Brasil e à fauna brasileira: o nome de todos os animais são de origem indígena.
JUVENIL
1º - O deus dinheiro, de Karl Marx.
O Deus Dinheiro é uma impactante e feroz narrativa visual sobre o mundo em que vivemos hoje, baseada em extratos da célebre problematização de Marx sobre o dinheiro feita nos Manuscritos econômico-filosóficos, de 1844. À época, Marx era um jovem contestador, crítico de um ainda emergente mundo de ganância e consumo desenfreado. O artista espanhol Maguma recria esse histórico desabafo contra o poder hipnotizante do dinheiro no contexto dos desdobramentos contemporâneos do capitalismo, em que a disseminação da avareza em escala global está nos conduzindo à extinção dos bens comuns. Inspirado no conto bíblico da Queda, Maguma cria um mundo surreal alimentado continuamente por um desejo insaciável de acumulação.
O livro é resultado de uma residência artística de Maguma na editora indiana Tara Books, experiência que mesclou o contexto da realidade local e elementos visuais da Índia, influências de Bosch, arte pop contemporânea e a verve política do ilustrador. Destinada ao público juvenil e de jovens adultos, a interpretação gráfica de Maguma disposta em formato sanfona agrega poética e novos sentidos ao inflamado discurso de um Marx jovem e indignado com suas recentes percepções do funcionamento do capitalismo. O livro tem uma forma circular-espiral, que começa com um presente de ganância e se desenrola rumo a um futuro no qual seremos capazes de conviver com os comuns, de forma equilibrada e justa.
2º - Cidades de papel, de John Green.
Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.
ADULTO
1º - Na minha pele, de Lázaro Ramos.
Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em Na minha pele Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos. Um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.
2º - Sapiens: uma breve história da humanidade, de Yuval N. Harari.
O que possibilitou ao Homo sapiens subjugar as demais espécies? O que nos torna capazes das mais belas obras de arte, dos avanços científicos mais impensáveis e das mais horripilantes guerras? Nossa capacidade imaginativa. Somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na natureza, como Estados, dinheiro e direitos humanos. Partindo dessa ideia, Yuval Noah Harari, doutor em história pela Universidade de Oxford, aborda em Sapiens a história da humanidade sob uma perspectiva inovadora. Explica que o capitalismo é a mais bem-sucedida religião; que o imperialismo é o sistema político mais lucrativo; que nós, humanos modernos, embora sejamos muito mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente não somos mais felizes. Um relato eletrizante sobre a aventura de nossa extraordinária espécie – de primatas insignificantes a senhores do mundo.