Conheça mulheres que fizeram história no xadrez
12 DE fevereiro DE 2021Nos últimos meses, o xadrez virou uma febre do momento, encabeçado pela série O Gambito da Rainha produzida pela Netflix. Retratando a presença da mulher no meio enxadrista, o enredo conta o enlace entre as questões pessoais e a trajetória da protagonista como jogadora profissional.
[caption id="attachment_67341" align="alignright" width="300"] Jéssica dos Anjos Januário[/caption]
Jéssica dos Anjos Januário, professora, pesquisadora, árbitra, organizadora e treinadora de xadrez, conta que já presenciou a indignação de homens que perderam para mulheres no tabuleiro. “O espaço enxadrístico é envolto por propriedades ascéticas, intelectualizadas e distintivas. Assim, as manifestações de preconceito encontram-se muitas vezes sutis e veladas. É necessário percorrer um longo caminho para desconstruir cada uma das pré-noções e julgamentos preconceituosos arraigados no xadrez. A educação, neste sentido, tem um papel primordial na socialização de gerações que considerem estas desigualdades e, ao com elas se deparar, lutem para subvertê-las”, explica.
Ao longo dos anos, as mulheres foram ganhando espaço no meio enxadrista. Segundo Jéssica, esse crescimento pode ser medido de diversas formas como aumento do número de jogadoras ativas nas listas divulgadas pela federação internacional que rege a modalidade, a criação de departamentos dedicados ao naipe feminino nos principais órgãos reguladores da prática, o estabelecimento de ações afirmativas que recobram uma participação mínima de jogadoras em competições, o aumento do número de disputas e do valor das premiações a elas dedicadas, dentre outros fatores.
Apresentada ao xadrez pela sua mãe ainda criança, Jéssica incorporou-o em sua vida também no âmbito acadêmico. Atualmente, estuda questões das desigualdades de acesso e permanência no xadrez para sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) na Faculdade de Educação Física (FEF) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
[caption id="attachment_67339" align="alignleft" width="225"] Isabelle Tamarozzi[/caption]
Recentemente a campeã brasileira de 2019 e top 10 do ranking da FIDE BRA-fem, Isabelle Tamarozi, foi uma das convidadas da oficina de xadrez. Ela conta que o primeiro contato com o xadrez também foi no ambiente familiar. Com o tempo acabou gostando da brincadeira e já estava viajando para participar de torneios.
"Sendo sincera, não consigo me lembrar da minha vida antes do xadrez. Graças a ele, tive a oportunidade de conhecer novas pessoas, novos países, vivenciar experiências que jamais imaginaria. Sem contar as portas que foram abertas em virtude dessa nova carreira enxadrística", explica Isabelle.
A jogadora ressalta que, assim como na sociedade, as mulheres vem aumentando a sua participação também nos torneios de xadrez, e que séries e filmes geram estímulos para que isso aconteça. Ela completa completa "conforme os preconceitos são quebrados, a comunidade de forma geral só tem a ganhar com um ambiente mais diversificado e propício para que todos possam jogar xadrez".
Confira abaixo a oficina, com a participação de Isabelle, que desvenda a jogada gambito da rainha que dá título à série. A próxima atividade acontece em 18 de fevereiro, às 16h, pelo Facebook BVLbiblioteca!
Quer se inspirar em outras enxadristas? Conheça algumas delas!
Judit Polgár
Na época ainda menina, foi a primeira a conquistar o título do mundial para menores de 12 anos de idade. Ninguém ainda conseguiu superar seu feito. Em 1988, Judit conseguiu figurar entre os 10 melhores enxadristas do mundo, o que na época significava ser a única mulher entre os 120 primeiros do ranking.
Fonte: soxadrez.com.br
Vera Menchik
A enxadrista tcheco-inglesa foi a primeira vencedora do Campeonato Mundial Feminino de Xadrez. Defendeu o título mundial seis vezes de 1927 a 1939 e em dois matches (faltou espaço) contra a desafiante Sonja Graf em 1934 e 1937. Vera participou de competições até então exclusivas para homens e seu melhor resultado foi um 3º lugar em Ramsgate em 1939. Em competições para mulheres, venceu todas que participou.
Fonte: chess.com.br
Nona Gaprindashvili
Foi a pioneira da chamada escola de xadrez feminino da Geórgia. Ela nasceu durante a Segunda Guerra Mundial e hoje tem 77 anos. Ela é cinco vezes campeã mundial feminina, vencedora de 11 medalhas olímpicas de ouro, foi a primeira mulher a receber o título de Grande Mestre do xadrez por seus notáveis sucessos, que alcançou em meados dos anos setenta.
Fonte: http://european-chessacademy.
Susan Polgár
A Grã-mestre Susan Polgar (nascida como Zsuzsanna Polgar) é uma jogadora de xadrez húngaro-americana e uma das jogadoras mais fortes de todos os tempos, tendo sido campeã mundial de xadrez feminino de 1996 a 1999. Ela superou todas as adversidades em 1986, quando fez história por ser a primeira jogadora a se classificar para competir no Campeonato Mundial Masculino de Xadrez.
Fonte: http://www.susanpolgar.com/
Hou Yifan
A chinesa marcou a história quando se tornou a pessoa mais jovem a vencer o campeonato mundial feminino, em 2010, com apenas 17 anos. Nos anos seguintes 2011, 2013 e 2016 também foi vencedora da competição.
Fonte: https://www.