
O cartunista Quino na inauguração da 40ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Foto: Romina Santarelli/ Sec. de Cultura da Argentina
O cartunista argentino Quino morreu na quarta-feira, dia 30, aos 88 anos, em Buenos Aires. O criador de Mafalda e seus amigos havia sofrido um acidente vascular cerebral na semana passada. Os editores confirmaram a morte do artista nas redes sociais.
A morte de Quino repercutiu no mundo inteiro. Por meio das redes sociais, artistas de vários países homenagearam o mestre. No Brasil, a cartunista Laerte publicou uma charge em seus perfis. Maurício de Sousa, o pai da Mônica, também fez sua homenagem, juntando os dois personagens.
Filho de imigrantes espanhóis radicados na Argentina, Joaquín Salvador Lavado Tejón nasceu em 1932, em Mendoza. Em 1945, Quino começa a estudar desenho na Escola de Belas Artes de sua cidade natal.
Em 1954, ele se muda para Buenos Aires, onde começa a publicar seus trabalhos. A carreira como desenhista de humor se firma mesmo em 1963, com a publicação de “Mundo Quino”, seu primeiro livro de cartuns.
Mafalda, o alter ego de Quino, nasceria em 1964. Foi por meio da menina de cabelos pretos e abundantes, franca e sincera nos seus questionamentos e nas suas observações sobre o mundo, que o desenhista falou sobre o que enxergava ao redor de si, das injustiças às desigualdades, passando pela falta de empatia com o outro e pela dificuldade de aceitar diferenças.
Quino desenhou 1.928 tiras com a Mafalda. As tirinhas foram traduzidas para diversos idiomas, como inglês, português, coreano, italiano, finlandês, francês, hebraico, alemão, norueguês, guarani e muitos outros.
O artista usava a Argentina e a situação política, econômica e social do país como referência. Apesar disso, seus desenhos conseguiram captar a universalidade das situações que atingiam – e atingem, até hoje – as pessoas no mundo inteiro.